Florescer também é um ato de coragem

26.04.2025

Sabe aquele grupo de WhatsApp que realmente faz bem pra alma? Pois é.

O “Outro Olhar” é um desses.

Criado pela minha arteterapeuta, Ana Paula Batista, é um cantinho virtual onde ela compartilha inspirações, dicas e propõe atividades que alimentam o que a vida, às vezes, atropela: nossa criatividade e reflexão.

Uma vez por mês, nos encontramos para uma oficina online que, sinceramente, fecha o mês com chave de ouro (e com um tantinho de glitter e pipoca também, mas já chego lá).

Em abril, nosso encontro foi no dia 26 e a inspiração da vez veio direto da mitologia: Deméter e Perséfone.Deméter, a deusa da agricultura, perde sua filha Perséfone, raptada por Hades e levada para o submundo. A dor da mãe é tanta que o mundo entra em inverno — até que, graças a uma ajudinha divina, Perséfone volta e traz consigo a primavera e o renascimento da natureza. Um baita drama familiar… e um lembrete poderoso sobre perdas, ciclos e renascimentos.

Inspiradas nas estações do ano — e embaladas pela música “Plantadeira” da maravilhosa Isadora Canto (https://www.youtube.com/watch?v=HmKOa7Hvz64) — mergulhamos em uma atividade criativa: colagem com grãos.

E adivinha?

A mandala, mais uma vez, escolheu meu caminho.

Dessa vez, criei uma espiral feita com grãos de milho que, no final, explodia em uma pipoca. Uma representação viva do que venho sentindo: o florescer de algo que venho cultivando há anos — e que agora, finalmente, encontrou sua primavera.

Na sequência, celebramos a Lua Nova — essa fase gostosa que convida a começar de novo, plantar sonhos e cuidar do que queremos ver crescer.

Cada uma de nós plantou grãos de pipoca num copinho transparente. Vamos acompanhar o enraizamento até o próximo encontro, em maio. Simples, simbólico… e incrivelmente poderoso.

No final, veio aquele momento que só quem já viveu sabe: partilha sincera, olhos brilhando, corações aquecidos.

Descobri, por exemplo, que a pipoca não é só a estrela do cinema — ela é símbolo de purificação, proteção e renovação em vários rituais.

Esse momento rico entre mulheres maravilhosas me trouxe algumas reflexões, que vocês também podem refletir e compartilhar aqui no “só entre mulheres”:

• Como estou cuidando do que eu plantei?
• Estou me dando o direito de refletir e planejar novos projetos?
• Como lido com a semente que não germinou?
• Tenho consciência de que ela pode virar adubo para outro projeto?
• Entendo que as vezes não é tempo de plantar, pois a terra precisa de descanso?

Porque é isso: cultivar também é ter paciência.

E reconhecer que até os períodos de inverno têm sua beleza e sua missão.