
16.04.2025
Entre a pressa do dia e a pressão de parecer bem, existe um espaço sagrado onde as mulheres podem simplesmente ser. E não estou falando de um spa com trilha sonora relaxante ou de um final de semana com Wi-Fi instável — estou falando de grupo terapêutico.
Sim, essa coisa aparentemente simples (e que algumas ainda acham um luxo desnecessário) tem se mostrado uma revolução silenciosa na minha vida. Faço parte de dois: o Fala, Mulher, com a psicóloga Ludmila Saar (@psiludmilasaar), atenta e empática às nossas demandas e o Outro Olhar, conduzido com arte e acolhimento por Ana Paula Batista (@anabatista.arteterapia), arteterapeuta com alma generosa.
Nos dois grupos, encontrei algo que nem sempre cabe em palavras, mas que se sente no corpo: pertencimento. A experiência de estar com outras mulheres que se olham com respeito, escutam sem pressa, e compartilham suas dores e conquistas sem maquiagem. E aqui, digo com todas as letras: pertencer cura.
Grupos terapêuticos são espaços onde a vulnerabilidade deixa de ser vergonha e passa a ser ponte. Onde você percebe que sua angústia não é um defeito, mas uma parte legítima da sua humanidade. E onde, pasme, a leveza também tem lugar. Rimos. Rimos muito. Porque ser mulher também é rir de si mesma entre uma lágrima e outra.
Entre tantas falas que ecoam, o que mais me marcou foi a sensação de espelho: cada uma ali trazia algo que, de algum modo, também era meu. Não importa a idade, a profissão, a história: há uma dor compartilhada que nos atravessa. E uma força coletiva que nos levanta.
Os benefícios são muitos, e não apenas emocionais. Sim, a autoestima melhora, a confiança floresce, a ansiedade encontra um canto para respirar. Mas também aprendemos a ouvir melhor, a falar com mais consciência, a acolher o outro sem nos apagar. Grupos terapêuticos ajudam a cultivar autonomia sem isolar, empatia sem sobrecarga e silêncio sem abandono.
Participar desses grupos é um movimento de autocuidado profundo, real, que vai muito além do clichê da “mulher que se coloca em primeiro lugar”. É um gesto de coragem e humildade. Coragem para se expor com verdade. Humildade para reconhecer que, sim, a gente precisa umas das outras.
Se você nunca se permitiu essa experiência, fica aqui meu convite: Vá. Com suas bagunças, seus brilhos, suas perguntas sem resposta. Vá com você inteira, do jeito que estiver. Porque, entre saltos e pantufas, há um círculo de mulheres esperando para acolher tudo o que você é.